quinta-feira, 28 de abril de 2016

Crie personagens interessantes


Saber criar personagens cativantes é meio caminho para conquistar o leitor. Podemos dividir os personagens em duas categorias geométricas: os planos e os esféricos.
Personagens planos são superficiais, e não são necessariamente piores do que os complexos, desde que tenham uma função a desempenhar dentro de uma história onde o foco são as ações, os acontecimentos, e não esses personagens. É comum personagens planos serem estereotípicos – o cientista maluco, a sogra infernal, a empregada gostosa, o gay efeminado e o milionário excêntrico são alguns exemplos de estereótipos –, mas há que se ter cuidado com esses perfis genéricos, pois costumam ser ofensivos. Personagens planos carregam a cruz de serem sempre o que são; podem até se redimir, mas não mudam. Não costumam ser bons protagonistas, e o leitor pode ficar enfastiado por serem óbvios e previsíveis.
Personagens esféricos (ou tridimensionais) têm profundidade psicológica, introspecção, defeitos e virtudes, questionamentos e revoltas, manias e idiossincrasias; são personagens parecidos conosco e, em virtude disso, potencialmente carismáticos e úteis para criar empatia com o leitor. Personagens esféricos costumam ir além do herói perfeito e do vilão perverso. Coloque aí protagonistas e antagonistas que não são classificáveis dentro do modelo maniqueísta convencional; variados anti-heróis, vilões doces, duplas personalidades, personagens moralmente ambíguos, instáveis, mutáveis, imprevisíveis…
Os personagens podem tanto ser o “prato principal” de uma trama como serem meras testemunhas do desenrolar dos acontecimentos. O teor da trama definirá a demanda dos personagens. E não se esqueça de que há histórias que admitem como personagens animais, objetos e até lugares.
Regra de ouro: todo personagem deve ter um papel dentro da trama. Se um personagem ficar sem função, é sinal de que ele está sobrando e deve ser cortado.

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