Saber criar personagens cativantes é meio caminho
para conquistar o leitor. Podemos dividir os personagens em duas categorias
geométricas: os planos e os esféricos.
Personagens
planos são superficiais, e não são necessariamente piores do que os complexos,
desde que tenham uma função a desempenhar dentro de uma história onde o foco
são as ações, os acontecimentos, e não esses personagens. É comum personagens
planos serem estereotípicos – o cientista maluco, a sogra infernal, a empregada
gostosa, o gay efeminado e o milionário excêntrico são alguns exemplos de
estereótipos –, mas há que se ter cuidado com esses perfis genéricos, pois costumam
ser ofensivos. Personagens planos carregam a cruz de serem sempre o que são;
podem até se redimir, mas não mudam. Não costumam ser bons protagonistas, e o
leitor pode ficar enfastiado por serem óbvios e previsíveis.
Personagens
esféricos (ou tridimensionais) têm profundidade psicológica, introspecção,
defeitos e virtudes, questionamentos e revoltas, manias e idiossincrasias; são
personagens parecidos conosco e, em virtude disso, potencialmente carismáticos
e úteis para criar empatia com o leitor. Personagens esféricos costumam ir além
do herói perfeito e do vilão perverso. Coloque aí protagonistas e antagonistas
que não são classificáveis dentro do modelo maniqueísta convencional; variados
anti-heróis, vilões doces, duplas personalidades, personagens moralmente
ambíguos, instáveis, mutáveis, imprevisíveis…
Os personagens
podem tanto ser o “prato principal” de uma trama como serem meras testemunhas
do desenrolar dos acontecimentos. O teor da trama definirá a demanda dos
personagens. E não se esqueça de que há histórias que admitem como personagens
animais, objetos e até lugares.
Regra de ouro:
todo personagem deve ter um papel dentro da trama. Se um personagem ficar sem
função, é sinal de que ele está sobrando e deve ser cortado.
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